sábado, 26 de janeiro de 2013

Comentário do Evangelho – 3º Domingo do Tempo Comum – Ano C – Jesus em Nazaré


Lucas não foi apóstolo e não vivenciou o ministério público de Jesus, por isso, teve que estudar muito os documentos, pesquisar e consultar os apóstolos e, principalmente, os escritos de Marcos, único documento íntegro na sua originalidade, para que pudesse escrever as tradições de Jesus e o início da Igreja. Uma das fontes de Lucas, também, pode ter sido Maria, a Mãe de Jesus, cujas palavras que se encontram no seu Evangelho só podiam ter vindo dela mesma. Ter fé no evangelho é crer e aderir a Deus que entra na história da humanidade. Neste sentido, todos os cristãos são como “Teófilo” (nome que significa amigo de Deus), aquele a quem Lucas dedica seus escritos.

Após o Batismo, Jesus foi para o deserto, e ali foi tentado e venceu o mal. Agora Ele volta repleto da força do Espírito Santo, para a região da Galiléia, fazendo milagres e transformando a vida das pessoas, o que fez com que sua fama logo se espalhasse.
Jesus era israelita e, por isso, também frequentava as sinagogas aos sábados para rezar e ouvir as leituras e comentários da Lei e dos Profetas. Os que faziam as leituras eram membros da comunidade, pessoas intruídas ou visitantes que conheciam bem as Escrituras, e Jesus foi convidado, na Sinagoga de Nazaré, a proclamar a leitura. O fato de se levantar, pegar o livro, ler a Escritura e sentar-se para explicá-la, faz com que Ele seja visto como um Escriba e não como uma pessoa comum.
Somente Jesus poderia ler em primeira pessoa o texto de Isaías aplicando-o diretamente a Si, prenunciando Sua missão. Ele, objeto da profecia, está presente em Pessoa cheio do Espírito Santo, vindo anunciar aos humildes e pequeninos a salvação que liberta todos de tudo que os fazem sofrer, que os escravizam e que os afastam do Reino de Deus.
Ele é como o profeta anônimo que vem para consolar e dar vida ao povo, representado pelos pobres sem vida e sem acesso aos bens para sustentá-la, aos humildes, enfraquecidos e marginalizados pela ambição dos que governam.
O ‘ano da graça’ referido é o jubileu celebrado em Israel a cada 50 anos (o ano sabático). Aquele era o momento em que todos podiam recuperar os direitos que haviam sido perdidos: quem estava devendo recebia o perdão das suas dívidas; as terras que tinham sido entregues como hipoteca ou haviam sido roubadas eram devolvidas; e todo o povo recomeçava uma vida nova, porque a partilha dos bens voltava a ser o equilíbrio das relações sociais, e os marginalizados voltavam a fazer parte da sociedade. Portanto, é em Jesus que as profecias de Isaías se realizam, no ano da graça.

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